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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Mulheres: 80 anos votando. Como estamos?


Temos 80 anos de direito ao voto mas isso só não basta, a luta agora é a representatividade.
Apesar dos avanços já alcançados, como termos uma presidente mulher, ainda somos minoria em parlamentos e prefeituras. Por que será?

Primeiramente pensando a política nacional, enquanto ela não for reformada, temos dois fatores determinantes: o primeiro é o capital e o segundo os reflexos da sociedade.
Por essa ótica tendo em vista uma sociedade machista a tendência é termos menos mulheres governando. Aprofundando mais ainda, mais difícil ainda vermos mulheres negras e pobres no governo. Entendem o sentido? O machismo não afeta somente na hora do voto como também no processo que ocorre antes dele, nas convenções e dia a dia de partidos. Enfrentamos preconceitos internos e dificuldades que são próprias nossas, por exemplo, nunca vi um homem levar o filho a uma reunião, mas na reunião da UBM dessa sexta havia duas crianças junto às mães. Todos esses poréns fazem com que a militância se torne um pouco mais difícil para as mulheres jovens e bem mais difícil para as mulheres mais velhas tendo em vista que dentro da juventude alguns preconceitos já estão superados, ao contrário do setor com mais idade. Então, o que faremos? Bom, o primeiro passo é a organização interna nos partidos e na sociedade civil. Trago aqui o exemplo da UBM de Rio Grande através de uma observação interna minha: as mulheres que hoje estão brilhantemente fundando e alicerçando este grupo, antes eram conhecidas como a mulher do sicrano, a irmã do fulano, a namorada do beltrano... Hoje somos fulana, sicrana e beltrana liderança! A diferença é que nosso referencial dentro do partido deixou de ser os homens que estavam ao nosso lado e passou a ser nosso trabalho, nossa militância. Estamos ocupando espaço, marcando posição, isso através da nossa organização.
Mulheres, precisamos disso! Hoje em dia a lei eleitoral diz que as coligações devem apresentar 30% de sua nominata proporcional feminina, porém só isso não basta. Isso por si só apesar de ajudar faz com que muitos partidos filiem mulheres à marra apenas para concorrer aleatoriamente sem nenhum projeto político e sem trabalho de base. Isso não é o ideal entendem? Precisamos de uma nova cultura social e política de igualdade!
Não queremos ser mais e nem menos, queremos ser iguais. Em todos os lugares e também no parlamento!

Por Daniele Gautério, vice-sul da UEE-Livre RS, Coordenadora do DCE Furg e dirigente estadual da UJS, em seu blog Voando Aqui Dentro

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