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domingo, 8 de janeiro de 2012

Rio Grande: Os motivos da indignação

Há dias jovens da cidade de Rio Grande se mobilizam contra o aumento das passagens.

GURIZADA, SEGUINTE. Nesta semana, a cidade do Rio Grande presenciou momentos de indignação e revolta da população, em virtude do anúncio do reajuste na tarifa do trasporte coletivo na cidade. De fato, o aumento previsto de R$ 0.30 centavos, caso seja homologado pelo prefeito, vai pesar, e muito, nos apertados orçamentos das famílias papareias. Mas, mesmo que o valor do mesmo não seja este, qualquer reajuste que aconteça na tarifa é injustificado. E tenho três razões simples para acreditar nisso.


1ª - A Integração do Sistema de Trasporte Coletivo: A implantação do sistema de trasporte integrado reduziu drasticamente o número de linhas de ônibus na cidade, e as que permaneceram tiveram seus itinerários encurtados. Com isso, a frota de ônibus circulando ficou menor e o custo de operação com os carros restantes em circulação também diminuiu. Por consequência, o gasto com o transporte público ficou infinitamente menor, e isto deveria acarretar, de maneira lógica, na redução da tarifa. Mas o que presenciamos, porém, é o segundo reajuste no preço da passagem desde o Sistema Integrado passou a vigorar na cidade

2º - A inflação: Os preços dos insumos ao trasporte (gasolina, pneus...) subiram este ano, de acordo com o IGP-M, 6.55%. Porém, com aumento anunciado, a passagem subiria 12.77%, sendo que o reajuste solicitado pelas empresas foi de 27.65%! Visto que a integração reduziu custos, um aumento da tarifa ACIMA da inflação torna-se mais irracional ainda.

3º Os gastos: Rio Grande é uma cidade plana, ou seja, os gastos com manutenção dos ônibus são menores, consomem menos combustível, diferente da maioria das cidades do estado. Os estudantes na cidade tem seu passe escolar restrito, diferente da maioria das cidades do estado, onde o passe escolar é de livre uso. Os idosos em Rio Grande só se beneficiam da gratuidade a partir dos 65, diferente da maioria das cidades do estado, onde a gratuidade vale a partir dos 60. Tudo isso com a desculpa de manter o preço da tarifa, mas então por que Rio Grande terá uma das passagens mais caras do PAÍS com esse reajuste?


Muitas perguntas, mas apenas uma certeza. Um reajuste como esse servirá apenas para engordar os cofres das empresas de trasporte na cidade. Daí levanto outro questionamento: À quem serve, em ano eleitoral, que estas empresas estejam com os cofres cheios? Estas empresas financiam as campanhas eleitorais de quem? Que fique para reflexão...


Nessa história toda, o que se tira de bom é a indignação do povo rio-grandino, que se mostra revoltado com tamanha incoerência, e cala àqueles que dizem que os papareias são acomodados. O povo está em luta! Combatendo este aumento abusivo! Mas que essa luta não termine agora! E que seu resultado final ocorra em outubro, derrubando àqueles que governam para empresas, ao invés de governar para o povo!


Por Fellipe Belasquem, presidente da URES e membro da direção estadual da UJS

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