Na última sexta-feira (7), a Fifa tornou público um documento no qual elencou nove pontos em que deseja ser soberana durante a Copa. A ideia é que as exigências virem lei. Os nove pontos do documento são controle de entrada e permanência nos estádios; ingressos; segurança; consumo e comercialização nos estádios; zona de restrição da Fifa; publicidade; proteção aos direitos comerciais da Fifa; nomes dos estádios; e realização de grandes eventos durante o Mundial.
As exigências da Fifa provocaram reação de vários parlamentares. Nesta segunda-feira (10) foi a vez do ex-atacante e atual deputado federal Romário (PSB-RJ) se manifestar sobre a situação, engrossando o coro de críticas contra a Fifa.
"A Fifa tem que respeitar a soberania das leis brasileiras e abrir mão de alguns milhões de reais de forma a garantir uma Copa do Mundo social, e não voltada apenas para os ricos, em 2014", afirmou.
E continuou: "Se não colocar a Fifa no seu determinado lugar, daqui a pouco a Fifa está mandando mais que a nossa presidente e a Copa vai ser do jeito que a Fifa quer e não como a gente tem que fazer", disse ainda Romário, que é vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, a jornalistas antes de participar de um debate na Assembleia Legislativa do Estado do Rio.
Após encontro da presidente Dilma Rousseff com autoridades da Fifa em Bruxelas, na semana passada, uma equipe da federação estará no Brasil nos próximos dias para um novo encontro em que serão examinadas as divergências.
Viés social
Romário afirmou que não se pode pensar num Mundial de 2014 como se o evento fosse ser realizado em um país de primeiro mundo, e cobrou da Fifa a realização de uma competição com um viés social.
"A conta feita pela Fifa é que com a lei da meia-entrada eles perderiam 180 milhões (de reais), ou deixariam de ganhar. Nós não temos que pagar isso. A Fifa poderia ganhar um pouco menos para que o brasileiro possa participar", disse.
"Tem que respeitar o estatuto do idoso, do torcedor e do estudante. A Fifa tem que entender que as coisas mudam e não são mais como eram na assinatura do protocolo (de candidatura do Brasil para a Copa). Agora é assim e a Fifa tem que entender", afirmou.
De Brasília
Com agências
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