Juventude não aceita homenagem a ícone da ditadura

Decisão tomada em 2009 pelo prefeito Fabio Branco (PMDB) e vereadores da cidade de Rio Grande de homenagear Golbery do Couto e Silva através da fixação de um busto do general na cidade gerou grande revolta entre a população e principalmente a juventude. Acontece que o anticomunista Golbery, que faria 100 anos em 2011, foi um dos mentores de todas as tentativas de golpes acontecidos no Brasil depois dos anos 1950.

Em 1955 o general articulou a "Novembrada" para impedir a posse de Juscelino Kubitchek, em 1961 apoiou o parlamentarismo que retirou poderes de João Goulart, em 1962 foi responsável pela propaganda anti-jango e em 1964 foi um dos líderes do golpe militar que deu início a um dos períodos mais sombrios da história do Brasil, que duraria mais de vinte anos.

A partir do golpe, Golbery participou do Serviço Nacional de Informações (SNI) e criou condições para a perseguição, tortura, desaparecimento e morte de centenas de brasileiros. Todas essas informações constam em documentos e em diversas obras, mesmo assim uma afirmação do prefeito circulou a mídia nacional: "Não vou entrar no mérito de se ele era da ditadura ou não. Eu não era nem nascido".

Movidos pela indignação e pelo direito de compreensão da história de nosso país, moradores do município já organizam abaixo assinados e diversas manifestações contra a construção de um monumento que só envergonharia Rio Grande, ainda mais na época em que se lembra os 50 anos da campanha pela Legalidade.

A UJS de Rio Grande promete sacudir a cidade contra a construção do monumento.

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