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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mateus Fiorentini: Transformar o sonho em realidade também na América Latina


POR NUESTRA AMÉRICA: EDUCACIÓN, UNIDAD Y LIBERTAD!
XVI Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes
Todos a Montevidéu de 10 a 15/08

(...)para matar al hombre de la paztuvieron que imaginar que era una tropauna armada una hueste una brigadatuvieron que creer que era otro ejércitopero el hombre de la paz era tan sólo un puebloy tenía en sus manos un fusil y un mandatoy eran necesarios más tanques más rencoresmás bombas más aviones más oprobiosporque el hombre del paz era una fortaleza (…)“Allende”, um poema de Mario Benedetti

De 10 a 15 de agosto, Montevideu será o palco para as lutas estudantis e educacionais do continente. Mais de 3 mil estudantes, educadores, parlamentares, Ministros, secretários, lideranças do movimento sindical, camponês, dos povos originários, homens e mulheres estarão no XVI Congresso Latinoamericano e Caribenho de Estudantes. Um congresso que ocorre em um momento muito especial para o continente e para os estudantes.

O agravamento da crise mundial faz expor de maneira cada vez mais nítida as contradições entre as potências. É França e Alemanha sentindo os respingos da crise na Grécia, Espanha com cerca de 20% de desempregados, Berlusconi sendo derrotado no Parlamento italiano. Ainda o caso na Noruega, que possui uma política de atenção aos imigrantes, entristece o mundo ao ver-se que orientações xenófobas crescem no velho continente, derrubando a imagem dos países nórticos como isentos das grandes mazelas do capitalismo. Ai, crescem as mobilizações nesses países. Em especial na Espanha com os indignados que, mesmo com sua dubiedade, representam a manifestação da juventude contra o falido sistema capitalista e suas crises. Isso ainda para não falar dos super poderosos EUA que ameaçam o mundo com suas guerras e agora com um possível calote. Nesse cenário mais uma vez um papel de destaque da juventude. Esses mesmos que elegeram Obama e romperam um paradigma na conservadora sociedade norte-americana, na esperança de sair da lama da política Bush, hoje vêem que Barack é o Imperialismo de nova roupa mas para um samba antigo para qual ninguém foi convidado, assim o deixam sem 30 mil seguidores no Twitter. Dessa maneira, ao mesmo tempo nasce um mundo que caminha para a multipolaridade.

Nesse mundo que tende a multipolaridade, a juventude da América Latina tem destaque. São os estudantes argentinos que enfrentam o embate de rumos em um acirrado processo eleitoral. Os estudantes uruguaios na luta pelo fim da lei de Caducidad e pela segunda Reforma Universitária. Os estudantes colombianos contra a militarização do seu país e a ocupação norte-americana. São os estudantes peruanos que impuseram uma derrota ao Fujimorismo. Ainda temos os estudantes brasileiros em luta pela implementação de 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal em educação, disputando os rumos do país. Ainda mais, temos os estudantes cubanos que resistem contra o embargo imperialista e assim mesmo são um exemplo ao mundo de humanismo e solidariedade. Podemos falar dos estudantes hondurenhos que comemoraram o retorno de Zelaya ao seu país mas que seguem com uma ditadura. Ainda mais, podemos falar dos estudantes panamenhos e sua luta contra a presença norte-americana ao lado dos estudantes portoriquenhos em luta por sua independência. Não se pode esquecer dos estudantes venezuelanos que lutam contra a direita que comemora a cada tratamento de saúde que faz Hugo Chavez. Assim, em todos os países desse continente a luta por avanços e transformações é viva e tem a juventude na linha de frente.

Porém, quem lê este artigo se pergunta nesse momento: - e o Chile?! Não vai falar do Chile!?

Impossível não falar da principal luta estudantil do continente. Hoje todos os olhos da América Latina e do Caribe estão voltados para os estudantes chilenos. A cada dia que passa mais e mais estudantes ocupam as ruas de Santiago, Valparaíso e todo o Chile em defesa da educação pública, contra a mercantilização do ensino. Há pouco mais de um mês comemorávamos uma passeata com 40 mil estudantes em Santiago. Hoje são 500 mil e 9 ministros fora. É a capacidade dos estudantes chilenos através da Confech (Confederação de Estudantes do Chile) de mobilizar os estudantes e reunir um amplo apoio social em torno de suas pautas. E, assim transformar um movimento que, como disse Camila Valejo “já não é mais um movimento educacional ou estudantil, já é um movimento nacional”. Os estudantes chilenos lutam contra o “bem-sucedido” modelo neoliberal chileno, lutam para que o Estado invista na educação superior e a deixe de tratar como um mero serviço.

Enfim, de 10 a 15 de agosto Montevidéu será a confluência de toda essa panacéia e se transformará na capital latinoamericana dos estudantes. Ali estarão a diversidade da cultura do nosso belíssimo continente e a luta de todos nós, sonhadores de um mundo novo. Em Montevidéu saudaremos a linda herança de Mario Benedetti, os 85 anos de nascimento de Fidel Castro. Ainda celebraremos todos os estudantes que combateram em defesa da liberdade e da justiça no dia em que se relembra o assassinato do estudante uruguaio Liber Arce, primeiro mártir da ditadura nesse país. E com a memória da luta da nossa juventude comemoraremos os 45 anos da OCLAE (Organização Continental Latinoamericana e Caribenha de Estudantes) certos de que essa data se repetirá inúmeras vezes ao longo da história lutando em defesa de “NUESTRA AMÉRICA: EDUCACIÓN, UNIDAD Y LIBERTAD!”

Mateus Fiorentini é estudante de História da UFRGS, membro da Diretoria de Relações Internacionais da UNE e Secretário Executivo da OCLAE da Direção Nacional da UJS

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