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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Unir a juventude que trabalha e estuda ao movimento sindical


Mais de 70 jovens trabalhadores e trabalhadoras de nove estados do país reuniram-se em Belo Horizonte/MG no 2º Encontro Nacional da Juventude Trabalhadora da CTB. O Encontro, que teve como lema "Unir a Juventude que trabalha e estuda a luta sindical", definiu o novo Coletivo Nacional de Juventude Trabalhadora e redigiu uma carta dos jovens trabalhadores que define os principais desafios para os jovens trabalhadores na atual quadra.

Os  membros do Coletivo Nacional de Juventude da CTB, composto por homens e mulheres do campo e da cidade, de diversos ramos e de estados de quatro regiões do País, terão a função de organizar as questões relacionadas a juventude e trabalho pela Central no próximo período. São eles: Vitor Espinoza (CTB-RS), Igor Pereira (CTB-RS), Juliana Matias (CTB Minas), Wallace Melo (Sinpro-PE), Alfredo Santiago (CTB-BA), Rose Santos (Sindicato dos Bancários de Sergipe), Maria Alves (Fetaemg), Dorenice Flor (Contag), Renato Pires (CTB-MS), Robson Porto (Sindicato dos Metalúrgicos de Betim - MG), Wellington Guilherme (Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna - SP), Luciane Severo (Sindicato dos Sapateiros Campo Bom - RS) e Kleiton Alder (Sindicato dos Metalúrgicos da Camaçari - BA).

Para o secretário nacional de Juventude da CTB, Paulo Vinícius, “O Coletivo Nacional que sai deste encontro é muito representativo, composto por entidades fortes de grandes ramos e de estados onde a CTB está organizada. Não é pouca coisa conseguir o compromisso destas entidades com a luta sindical nacional da juventude da CTB. Damos um salto e nos armamos para, na próxima gestão da CTB e da Secretaria da Juventude, poder realizar um trabalho mais coletivo, mais organizado e mais forte, dialogando com as preocupações da juventude e do Brasil”, avalia. 

Leia a íntegra da Carta da Juventude da CTB



Unir a Juventude que trabalha e estuda na luta sindical


A luta dos trabalhadores e trabalhadoras e da juventude nunca dormiu. Em 2013, o povo na rua nas maiores marchas desde o Fora Collor dá uma outra força para avançar nas mudanças e mudar a fase do projeto iniciado com a vitória de Lula em 2003. Queremos mais direitos e desenvolvimento. E precisamos lutar por isso, pois a crise mundial do capitalismo só tem a oferecer miséria, precarização do trabalho, guerras e degradação do meio ambiente. No Brasil, a direita neoliberal liderada pela mídia golpista fará de tudo para interromper o ciclo de vitórias conquistado pela juventude e os trabalhadores.


A juventude quer seu lugar no Projeto Nacional de Desenvolvimento

Expressando a liberdade nas ruas e nas redes, a juventude quer seu lugar no Projeto Nacional de Desenvolvimento. As marchas expressam a luta pela mobilidade urbana e o direito a cidade, melhores serviços na área da saúde e educação, profunda transformação na política, que mesmo com os avanços que tivemos, ainda não representa o povo. Contra essa mobilização haverá a resistência e as manipulações das velhas elites. É preciso evidenciar que a mobilidade urbana, os serviços de saúde e educação não vão melhorar enquanto os gastos com banqueiros e especuladores tomar quase metade do orçamento do Brasil, inviabilizando o desenvolvimento e o lugar da juventude. 

A origem da corrupção é o peso do dinheiro na eleição dos representantes. Basta de eleger somente quem os banqueiros, os latifundiários, e empresários financiam. Queremos o lugar das mulheres, da juventude, dos negros, da classe trabalhadora. Política não é mercadoria. Reforma política já, com financiamento público e exclusivo de campanha. 

A mídia continuará tentando manipular o povo e criminalizar os movimentos sociais enquanto houver o monopólio dos meios de comunicação. A juventude e os trabalhadores(as) estão nas ruas para expressar a liberdade que não encontram na telinha e nos jornalões. É preciso uma nova lei que desconcentre os meios de comunicação garantindo liberdade, pluralidade e diversidade. Por uma nova lei da mídia democrática já! 

Posicionar a juventude trabalhadora nas lutas 

Nesse cenário a juventude da CTB realiza em Belo Horizonte o seu 2º Encontro Nacional. Depende de nós o desafio de incorporar a energia transformadora da juventude que trabalha, e que trabalha e estuda, ao movimento dos trabalhadores e trabalhadoras. Somos mais de 60% da população economicamente ativa, sofremos na pele a dificuldade de conciliar trabalho e estudo, a precarização do trabalho, o desemprego. Lutamos por um Brasil desenvolvido no campo e na cidade, que respeite nossa voz, sem preconceitos por nossa idade, orientação sexual, cor da nossa pele, convicções políticas. Queremos mais direitos, e só com união da classe trabalhadora em luta que conseguiremos vitórias. 

Para isso, a juventude da CTB dialoga com o 3º Congresso dessa vitoriosa central que já reúne cerca de 10% o sindicalismo em apenas 5 anos. Estamos convencidos da importância de nosso diálogo com a juventude trabalhadora a serviço de nossa central.  O povo unido jamais será vencido, e acreditamos muito na união dos jovens trabalhadores, estudantes e mulheres para impulsionar o fortalecimento da luta dos trabalhadores. Com esse bloco podemos acelerar as mudanças, botar o pé no acelerador e trocar de marcha. 


É preciso traçar alguns pontos para organizar esse time da juventude trabalhadora da CTB:
 
- 40 horas semanais já! Fim do fator previdenciário;
- Nenhuma direção da CTB ou sindicato da CTB sem secretaria da juventude! Queremos oportunidade de contribuir para as decisões da luta dos trabalhadores(as);
- Garantir na previsão orçamentária da CTB orçamento próprio da Secretaria de Juventude para as ações e atividades desta;
- Intensificar a luta pela educação. 10% do PIB para educação de qualidade, com creches para o povo, educação pública para a cidadania e o mundo do trabalho em todos os níveis no campo e na cidade com valorização dos trabalhadores da educação;
- Lutar por oportunidades de permanência da juventude no campo, garantindo a sucessão rural, fortalecendo a educação do campo;
- Lutar por reforma agrária garantindo assentamento dos jovens trabalhadores (as) rurais;
- Lutar pelo empoderamento das mulheres em todos os espaços, com equidade salarial de gênero;
- Fora Feliciano! Contra a homofobia;
- Levar o debate do estágio e ingresso no mundo do trabalho para as entidades representativas dos estudantes (grêmios, partidos e movimentos estudantis);
- Fortalecer o relacionamento da juventude da CTB com as centrais da América do Sul e em especial do cone sul Venezuela e Cuba;
- Criar condições para a conciliação do trabalho e estudo;
- Combater o assédio moral e sexual;
- Apoiar o projeto de lei de iniciativa popular que regulamente e democratize a mídia;
- Ampliar e melhorar a comunicação dos nossos sindicatos, aumentando a produção e divulgação de materiais em áudio e vídeo, disponibilizando o compartilhamento desses arquivos na internet;
- Mais transparência no sistema “S” contemplando: inclusão da formação voltada á agricultura de pequena e média escala e a ao empreendedorismo rural;
- Participar dos encontros de estudantes técnicos com campo e cidade;
- Lutar para garantir a qualidade do ambiente de trabalho, e combater a exploração da mão de obra juvenil cobrando que o Ministério do Trabalho tenha uma posição em defesa dos trabalhadores(as);
- Realizar festivais da juventude do campo e da cidade;
- Realizar reuniões do Coletivo Nacional para o ano com a CTB;
- Ampliar a organização da Juventude da CTB nos ramos onde estamos mais organizados;
- Criar uma escola nacional da CTB com garantia de participação dos jovens.
 

A juventude trabalhadora do campo e da cidade protagonista das mudanças que o Brasil necessita, fortalecendo as ações da juventude brasileira com as nossas bandeiras.



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