A crítica certa ao governo Dilma
Governo Lula: 82 mil novos servidores, quase 50 mil só na área da educação
Estampada na página da UFRGS de hoje (27/04) a grata notícia: "Desde 2008 até 2011, a UFRGS recebeu 485 docentes e 546 técnico-administrativos, totalizando 1031 novos servidores. É a maior renovação nos quadros da UFRGS na história da Instituição". Quem tem boa memória, lembra por que esse número é importante. Quantos viveram os duros anos neoliberais do governo Fernando Henrique Cardos? Quantos lutaram pela realização de concursos públicos? Pelo crescimento da Universidade? É por isso que com alegria damos boas vindas aos novos colegas técnicos e docentes, pois eles são muito necessários para a Universidade e para o Brasil.
O governo Lula contratou 82 mil novos servidores ao todo, ampliando de 70 para 200 bilhões o gasto com pessoal, reestruturando carreiras de boa parte do funcionalismo. Segundo dados do Ministério do Planejamento, em números absolutos, a maioria das contratações foi feita na área de educação: 49.286. Isso decorre da criação de universidades públicas e escolas técnicas, uma marca da administração Lula.
É insuficiente? Sem dúvida. Mas o reconhecimento é necessário: Lula superou todos os seus antecessores.
A crítica certa ao governo Dilma: menos juros, mais investimento em serviço público
Digo isso para colocarmos o debate onde devidamente ele deve se posicionar. Tem gente na FASUBRA que diz que o governo Lula e agora o governo Dilma é tão neoliberal quanto Fernando Henrique Cardoso. Isso é delírio. Não se trata de ser governista, no sentido de defender o governo acriticamente. Mas de entender que estamos lidando com um governo qualitativamente diferente do que o antecedeu.
É evidente que os últimos sinais de Dilma são preocupantes. Mas é preciso fazer a crítica certa ao governo Dilma. Não criticamos porque é igual ao FHC. Criticamos porque tem cortado orçamento, paralisado concursos, mantido a política financeira conservadora. É uma tarefa do movimento sindical pressionar para que o governo não pise no freio no que diz respeito a investimento em saúde, educação, moradia, infraestrutura e para que tenha coragem de peitar o interesse do capital financeiro. É preciso pressionar o governo Dilma para que priorize investimentos para a maioria da população em detrimento de megabanqueiros e especuladores, para os quais estão sendo destinados só este ano a vultuosa soma de R$230 bilhões para o pagamento de indecentes juros da dívida pública. Para se ter ideia, o Programa Bolsa Família, que tirou 30 milhões de pessoas da linha da pobreza, custa aos cofres públicos só R$ 15,5 bilhões. Daria para fazer 15 Bolsas-família com o que se gasta com banqueiros! A menagem a DIlma é: menos juros, mais investimento com serviço público!
Não é uma mensagem corporativista. É a compreensão de que a população precisa de hospitais, escolas, universidades, postos de polícia, etc. E todos esses serviços precisam ser garantidos pelo Estado, através de trabalhadores do serviço público valorizados e comprometidos com um projeto de desenvolvimento para o país.
E aí que se insere com justiça a luta do funcionalismo público. Tendo em vista o projeto de Brasil que queremos, com justiça social, onde todos tenham acesso a educação e saúde de qualidade, um Brasil de pleno emprego e qualidade de vida para a população, sem fome, sem miséria. É preciso superar a visão corporativista e míope que muitos grupos defendem na FASUBRA em direção a uma luta que unifique a classe trabalhadora na construção de um Brasil para todos.
Igor Corrêa Pereira
CSC/CTB AssufrgS
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