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sábado, 30 de julho de 2011

Manuela d'Ávila: Minha vida naquela praça

Lona lotada de Jovens de todos os estados do Brasil. Alguns, vi crescer. Outros tantos participei do processo de filiação. Cabelos que mudaram, barbas que cresceram, papeizinhos com telefones de contato que viraram filiações, palestras em universidades... Mais distantes da lona, tal como pais orgulhosos dos filhos crescidos, militantes mais velhos. Os meus amigos e veteranos.
A minha vida.
Pediram para que eu falasse no lançamento da campanha de filiação da UJS. Aceitei na hora. Tudo normal.
Ato político.
Palco, luz, calor. Um pouco de dor de cabeça da intolerância a lactose desrespeitada com um enorme e típico gostoso biscoito de queijo goiano.
Dirigentes, ex-dirigentes, antigos e novos.
Tudo junto e misturado.
Nó na garganta.
Aquela praça.
Aqueles olhos brilhando cheios de expectativa. Aquela esperança toda concentrada em sorrisos e dores nas costas decorrentes das longas distâncias percorridas nos piores ônibus.
Aquela felicidade decorrente de um encontro que faz com que o jovem pare de sentir-se só. Pertencimento! Não sou o único que me preocupo com a sociedade? Não sou o único que gosta de política? Aquele encontro com muita gente que carrega - e quer carregar - os mesmos valores. Mesmo que eles sejam contrários aos vendidos nas propagandas da TV: solidariedade, lealdade, combatividade, brasilidade!
Aquela alegria de ser jovem e ter a certeza de que podemos mudar tudo, que nada é impossível, afinal estamos ali com milhares de diferentes sósias de nós mesmos.
Aquela garra que muda a história, que faz com que menos gente passe fome, mais gente estude, tenha casa, tenha remédios e saúde. tenha emprego e trabalho.
Aquela praça.
Aquele ano!
Aquele encontro com a menina que se revoltava com as injustiças. E que pouco sabia como agir, como potencializar sua revolta. Aquele encontro com os olhos de uma esperança aflita, desorganizada.
Aquele encontro com a menina que carregava a certeza da necessidade de mudar esse mundo e
que não sabia como mudar.
Aquela praça.
A UJS.
As respostas dadas ao longo dos últimos doze anos para a menina que também já foi um contato da universidade.
Aquela praça.
Aquele ato.
Ontem, estive presente no palco e na platéia.
Me vi em cada olho que brilhava com nossas palavras.
Sorri, cúmplice, com cada lágrima de emoção que brotava nos olhos que acabaram de decidir mudar suas vidas, melhorar suas vidas, ressignificar seus sonhos.
Me entreguei, mais uma vez, à luta pelo socialismo, por mais justiça.

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